Farmácias podem minimizar falhas de medicamentos

A Associação Nacional das Farmácias (ANF) apoia as medidas anunciadas pelo Governo para colmatar a rutura de stocks de medicamentos, que se tem acentuado desde o final do ano passado. A limitação à exportação de medicamentos para outros países da Europa tinha sido já comunicada e, a 18 de janeiro, o Ministério da Saúde anunciou a atualização do preço dos medicamentos mais baratos. Os medicamentos com preço de venda ao público (PVP) até 10 euros vão aumentar 5% e aqueles com preços entre 10 e 15 euros serão atualizados em 2%. No caso dos medicamentos acima de 15 euros, o preço será revisto por comparação com a média dos quatro países de referência (Espanha, França, Itália e Eslovénia). Quando o preço estiver acima da média, será reduzido até ao máximo de 5%.

A revisão da política de preços dos medicamentos em Portugal é importante, considerou a presidente da Direção da ANF, «para não criar um ambiente em que a manutenção de determinados medicamentos não seja viável economicamente». Mas, como Ema Paulino lembrou, a ANF tem vindo a defender outras medidas que podem «obviar ou mitigar as faltas de acesso aos medicamentos». Uma delas é a maior intervenção do farmacêutico no processo de dispensa, «para que seja possível resolver o problema de falhas de medicamentos diretamente na farmácia, sem que a pessoa tenha de regressar ao médico para uma nova prescrição». 

Em determinadas circunstâncias, a problema é de fácil resolução, bastando que as farmácias comunitárias sejam autorizadas a realizar pequenas alterações à prescrição. Por exemplo, dispensar uma embalagem de tamanho diferente, quando a prescrita estiver em falta, ou com diferente dosagem, permitindo que o utente possa tomar dois comprimidos de 5 mg, em vez de um de 10 mg, por exemplo. Outra alternativa é substituir a medicação em falta por outra de diferente formulação, por exemplo, dispensar em xarope a medicação não disponível em comprimidos.