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13 milhões de testes nas farmácias

Estudo comprova sucesso da participação das farmácias na testagem massiva à COVID-19.

Texto de Sandra Costa | Fotografia de Mário Pereira

«Durante a pandemia de COVID-19, as farmácias superaram-se e ajudaram os portugueses a ultrapassar o período da pandemia. 13 milhões de testes é mais um contributo que o SNS fica a dever às farmácias portuguesas», afirmou o ministro da Saúde. Manuel Pizarro falava no encerramento da sessão de apresentação do estudo que avaliou o impacto para a sociedade da integração das farmácias comunitárias na prestação do serviço de TRAg  (Testes Rápidos de Antigénio) de uso profissional para diagnóstico da COVID-19. As conclusões do projeto de investigação, implementado pelo CEFAR - Centro de Estudos e Avaliação em Saúde, da Associação Nacional das Farmácias, foram apresentadas a 15 de dezembro, em Lisboa.

A integração da rede de farmácias na prestação do serviço de TRAg de uso profissional para diagnóstico da COVID-19 revelou-se um sucesso e abre caminho à participação noutros projetos, em parceria com o Serviço Nacional de Saúde (SNS). As farmácias contribuíram para o combate à COVID-19 e podem ter um papel decisivo para aumentar o acesso à saúde, a literacia em saúde e os diagnósticos precoces. 

A presidente da ANF, Ema Paulino, afirmou que a avaliação da intervenção das farmácias na testagem massiva à COVID-19 comprova que «a capilaridade e a competência das equipas das farmácias permite prolongar o braço do SNS» e reiterou a disponibilidade da rede de farmácias para abraçar novos desafios em conjunto com o SNS. «Há outras áreas de atividade que as farmácias já desenvolvem e podem vir a desenvolver, até estabelecendo protocolos com o SNS, de forma que as pessoas possam tratar dos seus problemas de saúde diretamente na farmácia comunitária, reduzindo a pressão sobre os cuidados de saúde primários e as urgências hospitalares», defendeu.

O estudo revelou que as 1650 farmácias envolvidas na realização de TRAg, entre janeiro de 2021 e setembro de 2022, contribuíram para um maior acesso à testagem e um diagnóstico mais rápido da população, o que permitiu acelerar o isolamento das pessoas e, por conseguinte, a redução do número de infeções. O impacto da rede de farmácias foi mais significativo junto da população mais vulnerável, isolada e envelhecida. Ou seja, «a realização de TRAg nas farmácias reduziu as desigualdades de acesso dos cidadãos, reduzindo lacunas geográficas e socioeconómicas», referiu Sónia Romano, investigadora sénior do CEFAR.

O êxito da integração da rede de farmácias na estratégia nacional de combate à COVID-19 «inspira-nos a utilizar a capilaridade da rede e a sua proximidade às pessoas para prestar novos serviços de saúde aos portugueses», acrescentou Manuel Pizarro. As prioridades, já em 2023, são o recurso à rede de farmácias para a renovação automática da prescrição de medicamentos para as doenças crónicas e a distribuição em proximidade de medicamentos hospitalares. Esta última medida foi iniciada, com sucesso, durante a pandemia para evitar a deslocação de doentes crónicos aos hospitais. 

O ministro da Saúde admitiu o reforço da cooperação entre farmácias e SNS, dando continuidade a experiências-piloto já realizadas em Portugal, envolvendo as farmácias comunitárias, por exemplo no diagnóstico de infeções do VIH ou das hepatites virais, e replicando no nosso país serviços farmacêuticos que provaram ser casos de sucesso noutros países. «São projetos que temos de ter em cima da mesa e analisar em termos de utilidade para a saúde das pessoas e do ponto de vista da relação do custo-benefício», afirmou.​

Na mesa-redonda que se seguiu à apresentação do estudo, com a participação de representantes da Câmara Municipal de Lisboa, Direção-Geral da Saúde, Escola Nacional de Saúde Pública, Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) e INFARMED, foram apresentados exemplos de experiências da participação das farmácias em projetos de saúde em áreas como o VIH-sida e hepatites e direcionados a públicos-alvo específicos, como a população idosa. 

A proximidade das farmácias e a confiança das populações nos farmacêuticos foram as principais causas do sucesso destas experiências, defenderam os intervenientes. As farmácias têm particular facilidade em atrair a confiança das populações vulneráveis, como idosos ou imigrantes, e podem fazer a diferença no acesso à saúde, na promoção da literacia em saúde e na precocidade de diagnósticos, contribuindo para uma medicina preventiva.  

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