ANF defende revisão do regime nacional de comparticipação dos medicamentos
Em entrevista ao programa “Conversa Capital”, Ema Paulino considerou necessário um olhar global sobre o regime, para avaliar a sua adequabilidade e «se abrange todas as situações de vulnerabilidade».
Texto de Carina Machado
Os portugueses estão entre os povos da OCDE que mais pagam do seu bolso para os medicamentos, apesar de Portugal ter dos preços mais baratos da Europa. O contrassenso tem a ver com os níveis de comparticipação do Estado, aponta a presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), que defende uma revisão do regime, intocado há mais de 20 anos.
Em entrevista ao programa “Conversa Capital”, uma parceria entre o Jornal Negócios e a Antena 1, Ema Paulino explicou que o atual sistema de comparticipação de medicamentos é um mosaico complexo, composto por múltiplos e diferenciados regimes e exceções, por vezes desajustado das necessidades da população, e potencialmente indutor de casos de injustiça social. «Fazia todo o sentido poder olhar de uma forma holística e global para o regime de comparticipação. Já tem alguns anos. Ver se ainda é adequado, se abrange todas as situações de vulnerabilidade. Também aproveitar para rever do ponto de vista do arsenal terapêutico», disse, defendendo «um trabalho mais profundo sobre esta matéria, até porque Portugal continua a ser dos países da OCDE em que as pessoas pagam mais do seu bolso para a saúde».