ANF destaca potencial da IA como «aliada» no ecossistema de saúde
A presidente da ANF integrou uma conferência dedicada ao tema da IA, promovida pelo Instituto do Conhecimento, em parceria com o Fórum Saúde XXI.
Texto de Ana Rita Cunha
A inteligência artificial (IA) esteve esta terça-feira no centro da conferência “Sharing Ideas | IA na Saúde: Inovação e Regulação", organizada pelo Instituto do Conhecimento, em parceira com o Fórum Saúde XXI, que teve lugar no Auditório Abreu Advogados. A presidente da ANF participou no painel “Regulação" e antecipou um papel cada vez mais relevante da ferramenta no setor da Saúde, enquanto «motor de inovação e eficiência».
«A IA vai tornar-se uma aliada cada vez mais presente e natural no ecossistema de saúde nos próximos três a cinco anos, não como algo futurista, mas como uma ferramenta integrada no dia a dia dos profissionais e dos utentes», afirmou Ema Paulino. Nas farmácias comunitárias, a IA poderá «apoiar o aconselhamento personalizado, ajudar na deteção precoce de riscos clínicos e facilitar o seguimento de terapias de forma mais próxima e eficiente».
A ANF já está a explorar a integração da IA para apoiar a rede de farmácias comunitárias, com benefícios não só ao nível da proximidade e da personalização dos cuidados mas também da gestão, contribuindo para a eficiência operacional das farmácias.
«A ANF pretende desenvolver um chatbot próprio de apoio às farmácias, um modelo de linguagem generativa que agrega informações de fontes de conhecimento relevantes e é capaz de responder de forma rápida, objetiva e robusta a questões colocadas pelas farmácias em tempo real», revelou.
O Índice HiCorr, que permite monitorizar e acompanhar os sintomas de afeção respiratória e detetar antecipadamente picos de atividade epidémica, foi outro dos exemplos utilizados pela presidente da Associação. Apesar de não ser IA, este é um caso em que a utilização de dados pode evoluir se for robustecida com a ferramenta em causa.
Ema Paulino abordou ainda os desafios que a IA acarreta, nomeadamente ao nível da ética e da privacidade, garantindo que esta não é «um substituto da responsabilidade clínica ou profissional», pelo que a supervisão por parte dos profissionais de saúde se mantém «indispensável».
O painel, com moderação de Ana Simões Ferreira, da Abreu Advogados, contou também com a participação de Adalberto Campos Fernandes, ex-ministro da Saúde e chairman do Fórum Saúde XXI; de Rui Santos Ivo, presidente do INFARMED; e de Catarina Mascarenhas, da Abreu Advogados.