Dispensa em proximidade é prioridade na saúde
O tema esteve em destaque na conferência anual da Plataforma Saúde em Diálogo.
Texto de Rita Justo | WL Partners e Maria Jorge Costa
A Plataforma Saúde em Diálogo realizou na passada quarta-feira a sua conferência anual, dedicada ao tema “Acesso ao Medicamento: Mais equidade, mais sustentabilidade & melhor saúde". Reuniu, assim, especialistas, decisores e associações de doentes para debater os desafios e as soluções no acesso a terapêuticas inovadoras no país.
Presente no evento, Álvaro Almeida, diretor executivo do SNS, destacou a prioridade da dispensa de medicação hospitalar em proximidade e o papel central das associações de doentes para «assegurar o bom funcionamento do SNS».
«O acesso ao medicamento é um tema central, e a dispensa em proximidade é prioritária. A principal preocupação desta Direção Executiva é garantir que o SNS esteja próximo de todos os cidadãos», afirmou Álvaro Almeida, reconhecendo alguns constrangimentos na implementação do modelo em todas as Unidades Locais de Saúde. O responsável mostrou-se confiante de que estas dificuldades serão ultrapassadas «nas próximas semanas».
Também Ana Tenreiro, da Direção da ANF, salientou que o acesso à saúde não pode continuar a depender do código postal ou do rendimento: «A dispensa em proximidade não é uma comodidade, é uma questão de justiça e equidade».
Uma das mesas-redondas da tarde abordou precisamente a dispensa de medicação hospitalar em proximidade, legislação que entrou em vigor no final do ano passado e que deverá beneficiar cerca de 150 mil doentes em todo o país.
Durante o debate, a presidente da ANF reforçou a custo-efetividade do modelo: «Este sistema é custo-efetivo para o SNS, para as pessoas e para as próprias ULS. Existe cobertura nacional, e podemos garantir esta entrega em proximidade com a necessária capilaridade.»
Ema Paulino destacou ainda a importância do processo de reclassificação de medicamentos de uso exclusivo hospitalar, de modo a integrá-los no circuito do medicamento. Ambos os projetos, sublinhou, devem avançar em paralelo, assegurando maior acessibilidade às pessoas que vivem com doença.