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Farmácias apontadas como parte da solução para a sustentabilidade do sistema de saúde

Um estudo do ISEG/CISEP revelou uma subida de 72% da despesa pública com o SNS na última década.

Texto de Ana Rita Cunha

 

A despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aumentou significativamente na última década, tendo subido de nove mil milhões de euros em 2015 para mais de 15 mil milhões de euros no final de 2024, o que representa uma subida de 72%. Este aumento está desde logo associado à evolução demográfica observada em Portugal, ao envelhecimento da população e ao aumento da prevalência de doenças crónicas.

Os dados resultam do estudo “A despesa pública com o SNS: as causas do seu aumento”, elaborado pelo ISEG/CISEP, cujas conclusões foram apresentadas esta quarta-feira, no edifício Impresa, em Paço D’Arcos, durante uma conferência organizada pelo Expresso, com apoio do Conselho de Bem-Estar e Saúde da CIP e do ISEG.

As conclusões sublinham a urgência de uma transformação que torne o SNS mais robusto e resiliente, capaz de responder às necessidades de uma população em expansão.

As farmácias comunitárias e a indústria farmacêutica foram apresentadas como importantes parceiras no alívio da pressão sobre o SNS. «A despesa não vai parar. O país tem de olhar para a saúde como um pilar estratégico (…) Não devemos olhar para as farmácias e para a indústria farmacêutica como inimigas», assegurou o ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

O estudo revela ainda que a despesa com os produtos vendidos nas farmácias comunitárias e comparticipados pelo SNS sofreram um aumento que se deve sobretudo ao efeito de volume, e não do preço, o que significa que a subida da despesa se baseia essencialmente no aumento do número de consultas, de prescrições e de comparticipações.

A presidente da ANF, Ema Paulino, que esteve presente na conferência, salientou que é necessário ir mais além para transformar a despesa com medicamentos em verdadeiro investimento e desenvolver os programas de gestão de medicação crónica com o acompanhamento farmacêutico, de modo a «diminuir o desperdício».

«Todos os dias visitam as farmácias mais de 580 mil pessoas e, ao final de um mês, podíamos ver toda a população. É um excelente momento para assumir a nossa responsabilidade e intervir em matérias de promoção da saúde e de prevenção da doença», afirmou, reafirmando o papel essencial das farmácias na promoção de um sistema de saúde mais sustentável e resiliente.

Ema Paulino lembrou ainda o contributo das farmácias no alívio significativo das urgências hospitalares, através da intervenção em Situações Clínicas Ligeiras. Nestes casos, a maioria é resolvida nas farmácias comunitárias, ficando apenas uma pequena percentagem a necessitar de referenciação para outros níveis de cuidados de saúde.

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