Museu da Farmácia recebe doação de património militar
As farmácias portáteis do navio Bérrio e do submarino Arpão foram duas das peças doadas pela Marinha Portuguesa.
Texto de Tânia Pereira | Fotografia de Pedro Loureiro
A Marinha Portuguesa doou quatro peças do seu acervo militar ao Museu da Farmácia. São elas as farmácias portáteis do navio Bérrio e do submarino Arpão, assim como uma caixa de esterilização e uma maca do Navio-Escola Sagres.
A cerimónia para assinalar o momento histórico ocorreu no dia 9 de julho, às 18h, no Museu da Farmácia, em Lisboa.
O evento contou com a presença de Nuno Melo, ministro da Defesa Nacional; Almirante Nobre de Sousa, Chefe do Estado-Maior da Armada; Lisa Bandari, embaixadora do Reino Unido em Portugal; Ema Paulino, presidente da ANF; e João Neto, diretor do Museu da Farmácia.
O ministro da Defesa Nacional acredita que estas peças «estão no lugar certo para serem preservadas». «O Museu da Farmácia é um museu extraordinário», afirmou Nuno Melo, que vai ser enriquecido com estes «pedaços de memória dos cuidados farmacêuticos navais».
«O Museu da Farmácia é mais do que um mero repositório - é um espelho dos cuidados de saúde e da sua evolução», destacou o Chefe do Estado-Maior da Armada. «Com este gesto queremos enriquecer o espólio do Museu da Farmácia e reforçar os laços entre as instituições», referiu.
A presidente da ANF destacou a importância deste momento, que mostra a abrangência do raio de ação das farmácias, que são muitas vezes o único ponto de apoio à comunidade. «Também existem farmácias no mar, porque as farmácias estão onde estão as pessoas», sublinhou Ema Paulino.
Para a presidente da ANF, «é uma honra a integração de novas peças que enriquecem o nosso museu», ao mesmo tempo que permitem «preservar e divulgar a história das farmácias e de outras instituições de saúde, bem como o progresso do setor».
«Estas peças contam 400 anos de história na missão mais importante dos farmacêuticos: salvar vidas», assegurou o diretor do Museu da Farmácia, João Neto.
O Bérrio foi um navio de apoio logístico de fabrico inglês, utilizado na Guerra das Falklands/Malvinas pela Royal Fleet, nos anos 80 do século XX. Em 1993 foi incorporado na Marinha Portuguesa, tendo tido um papel determinante nas operações militares portuguesas durante a crise política na Guiné-Bissau, em 1998.
Nesse sentido, Lisa Bandari, embaixadora do Reino Unido em Portugal, sublinhou que «a farmácia portátil do navio Bérrio é um símbolo de resiliência que ganha agora uma nova vida no Museu da Farmácia, celebrando o património marítimo e o papel essencial dos cuidados de saúde naval».