Saltar para o conteúdo principal Saltar para o footer

OE25 Despesa em saúde: um investimento no país

O Orçamento de Estado para 2025 (OE25) reafirma um compromisso fundamental com o setor da Saúde, reconhecendo que a despesa nesta área deve ser encarada como um investimento no futuro do país. 

Opinião de Ema Paulino | Artigo publicado no Jornal Sol (Portugal Amanhã)

 

O setor da Saúde enfrenta vários desafios que condicionam a sua sustentabilidade: o progressivo envelhecimento da população, com maior carga de doença, o aumento das expectativas das pessoas quanto aos cuidados que recebem, e a consequente crescente pressão sobre os cuidados de saúde, em todos os seus níveis. Como tornado ainda mais evidente durante a pandemia por COVID-19, a despesa em Saúde deve, neste contexto, ser encarada como um investimento: uma população com melhor qualidade de vida contribui para uma sociedade mais ativa, mais produtiva, com impacto no bem-estar das pessoas e na economia do país. 

Vejo assim como positivo o reforço do investimento no setor da Saúde, previsto no Orçamento do Estado para 2025 (OE25), com um aumento de 9% face à execução estimada até ao final de 2024, dando continuidade ao robustecimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a políticas de saúde pública capazes de dar resposta às expectativas e às necessidades de cuidados de saúde da população. 

Neste âmbito, é ainda de destacar que, para aumentar a resposta do SNS, esteja previsto o reforço da colaboração com os setores privado e social. Temos defendido a necessidade de descentralizar os cuidados, designadamente redistribuindo as pessoas de forma mais eficiente pelos diferentes níveis de cuidados, fazendo uso da capacidade instalada da rede de farmácias e dos seus profissionais, não apenas como portas de entrada no sistema de saúde, mas também como estruturas de prestação de cuidados complementares. 

É disso exemplo o alargamento da campanha de vacinação sazonal do SNS às farmácias comunitárias, com resultados evidentes na promoção da equidade de acesso a cuidados de saúde em proximidade. Parceria que gostaríamos de consolidar e de intensificar em outras áreas, nomeadamente na colaboração das farmácias em rastreios e iniciativas de prevenção de âmbito nacional, contribuindo para o diagnóstico e tratamento precoce da doença. 

De salutar o investimento no “Programa de Prevenção da Doença e Promoção da Saúde”, com foco no combate e controlo da obesidade e no envelhecimento ativo, como forma de promover a sustentabilidade do SNS. Consideramos que estas medidas devem ser complementadas pelo reforço dos mecanismos de acompanhamento farmacêutico, em particular em pessoas que vivem com doenças crónicas, evitando descompensações e garantindo a toma correta e segura da medicação, de forma a garantir que o investimento realizado, nomeadamente em medicamentos, se converte em ganhos efetivos em saúde. 

Saudamos ainda a intenção de promover a utilização de novas tecnologias, como a monitorização remota de pessoas com doença crónica. Também neste domínio, as farmácias comunitárias podem desempenhar um importante papel no acesso a dispositivos de medição de parâmetros de saúde, como por exemplo a medição da pressão arterial, e da sua boa utilização por parte das pessoas. 

No que respeita ao setor farmacêutico e à política do medicamento, o programa orçamental para a Saúde contempla atualizações na aquisição de bens e serviços, incluindo medicamentos, promovendo a atratividade do mercado nacional. Este é um tema de enorme relevância para o combate à escassez de medicamentos, desafio de dimensão global e multifatorial. 

A manutenção de medicamentos com valor muito baixo pode tornar inviável a sua manutenção e comercialização em Portugal, onde temos dos preços mais baixos da Europa. É por isso essencial que a autoridade do medicamento assegure a atualização dos preços dos medicamentos, com vista a promover a a sua permanência no mercado e o combate à escassez. 

Por fim, congratulamo-nos com a implementação do Registo de Saúde Eletrónico Único (RSEu) que vai facilitar o acesso à informação e o acompanhamento da jornada de saúde das pessoas, não só pelos profissionais, como pelos próprios utentes, com enorme potencial para gerar maior eficiência e segurança nas intervenções em saúde. O envolvimento das farmácias será fundamental neste caminho, tendo em conta a necessidade de acesso a dados para garantir a segurança e efetividade dos tratamentos, e o contributo que podem dar, nomeadamente com dados de adesão à terapêutica, monitorização de parâmetros, e intervenções farmacêuticas realizadas. 

O Orçamento de Estado para 2025 (OE25) reafirma um compromisso fundamental com o setor da Saúde, reconhecendo que a despesa nesta área deve ser encarada como um investimento no futuro do país. Neste contexto, o contributo das farmácias comunitárias emerge como estratégico, quer na promoção da saúde e prevenção de doenças, quer na adesão a tratamentos, onde a sua integração no sistema de saúde pode potenciar resultados na qualidade de vida da população. 

Estou expectante quanto a estes avanços, que podem contribuir para uma saúde pública mais robusta, inclusiva e sustentável. 

Sobre o autor

Admin

uSkinned, the world’s number one provider of Umbraco CMS themes and starter kits.

Este site armazena cookies no seu computador. Esses cookies são usados para recolher informações como interage como o nosso site e permite-nos lembrar das suas preferências. Usamos essas informações para melhorar e personalizar a sua experiência de navegação. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.