WPC defende financiamento estrutural para a dispensa de medicamentos
A organização global afirma que a dispensa de medicamentos é o principal serviço prestado pelas farmácias e que o seu modelo de financiamento deve refletir o respetivo valor clínico, económico e de Saúde Pública.
Texto de Ana Rita Cunha
O World Pharmacy Council (WPC) pede um reforço do investimento nas farmácias comunitárias, enquanto pilar estratégico de um sistema de saúde mais acessível, eficiente e resiliente, que deve ter como imperativo a definição de um financiamento estrutural para a dispensa de medicamentos.
Em comunicado, a organização propõe um mecanismo para otimizar os modelos de financiamento assente em cinco elementos essenciais. São eles a viabilidade, ao reconhecer a infraestrutura física e os recursos clínicos necessários ao funcionamento de uma farmácia; a capacidade de resposta, que deve incluir a indexação automática à inflação; a equidade, ao promover ativamente o acesso equitativo das pessoas às farmácias; a separação, distinguindo o financiamento de outros serviços; e a eficiência, ao minimizar a carga administrativa.
A dispensa de medicamentos é o principal serviço prestado pelas farmácias comunitárias, sendo crucial para garantir a utilização segura, eficaz e racional dos medicamentos pelas pessoas, contribuindo para a equidade de acesso aos mesmos, bem como para cuidados abrangentes e personalizados, e para a capacidade futura de uma rede de farmácias viável, capaz de aliviar outros níveis de cuidados de saúde.
Desta forma, o modelo de financiamento das farmácias comunitárias deve refletir o valor clínico, económico e de Saúde Pública.
As farmácias desempenham um papel essencial na maioria dos países desenvolvidos. Só em Portugal, mais de meio milhão de pessoas visita-as diariamente. Investir numa rede bem financiada, ancorada em serviços de dispensa sustentáveis, é uma estratégia direta e comprovada para criar cuidados de saúde mais acessíveis, eficientes e resilientes.