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«Vontade de construir caminho comum» marca 2.º Congresso SOCFIC

O  «bom exemplo» das farmácias comunitárias portuguesas mereceu destaque especial no evento, que decorreu em Lisboa entre os dias 6 e 8 de novembro.

Texto de Ana Rita Cunha

​​​​​Durante três dias, os farmacêuticos comunitários dos países ibero-americanos reuniram-se em Lisboa para o 2.º Congresso SOCFIC da Farmácia Comunitária Ibero-Americana. Foram três dias de reflexão e de partilha de experiências e conhecimentos.

A «vontade de construir um caminho comum, com protocolos consensualizados e uniformização de procedimentos» é, para Teresa Almeida, da Direção da ANF e membro da SOCFIC, o grande destaque do congresso. «Ganhamos na aprendizagem conjunta e podemos todos colaborar para ter uma farmácia comunitária mais robusta e dedicada às pessoas, porque temos desafios comuns», explica.

Foi no encontro entre diferentes realidades, latitudes e modelos de farmácia que o evento ganhou, segundo o presidente do congresso, Carlos Maurício Barbosa, «um simbolismo muito grande». «Apesar de Portugal e Espanha terem modelos de farmácia exemplares, há outros países que estão a fazer um caminho extraordinário de desenvolvimento, como o Brasil e a Argentina. Queremos que os bons exemplos contagiem os restantes», afirma.

Independentemente do que separa quem se deslocou a Lisboa para participar neste momento importante para o setor, todos têm «uma ambição comum: a promoção do farmacêutico clínico e assistencial, cada vez mais próximo das pessoas», aponta Carlos Maurício Barbosa.

“Farmácia Comunitária: mais respostas aos desafios em saúde" foi o mote que guiou o 2.º Congresso da Sociedade Científico-Profissional de Farmácia Ibero-Americana Comunitária (SOCFIC), que decorreu nas sedes da ANF e da Ordem dos Farmacêuticos, de 6 a 8 de novembro.

O presidente da SOCFIC, Jesús Gómez, explica que a escolha do tema reside na procura cada vez mais alargada de serviços f​armacêuticos por parte das comunidades. «As pessoas vivem cada vez mais tempo, querem viver melhor e os desafios de saúde são cada vez maiores. Os farmacêuticos já estão a dar resposta a esses desafios e temos de trabalhar juntamente com outros profissionais de saúde para o continuar a fazer», explica.​

​O «bom exemplo» das farmácias comunitárias portuguesas

Para o presidente do Congresso, Carlos Maurício Barbosa, Portugal é «um bom exemplo» no setor, pelo caminho de proximidade que tem construído com as pessoas. Jesús Gómez, presidente da SOCFIC, considera que «Portugal, junto com Espanha, lidera aspetos dos serviços profissionais muito dirigidos à saúde das pessoas».​

O caso português esteve em especial destaque no 2.º Congresso SOCFIC. A presidente da ANF, Ema Paulino, expôs o caminho que a farmácia comunitária tem vindo a percorrer no país, com ênfase nas mudanças legislativas de 2007 e no papel que teve durante a pandemia.

Posteriormente, os serviços farmacêuticos em Portugal foram tema numa sessão que juntou Ana Tenreiro, da Direção da ANF; o diretor de Soluções e Evidência em Saúde da ANF, António Teixeira Rodrigues; e o médico de medicina geral e familiar João Braga Simões.

Ana Tenreiro sublinhou o papel «extremamente importante» das farmácias durante a pandemia e os benefícios da sua intervenção em situações clínicas ligeiras.

Já António Teixeira Rodrigues destacou o contributo das farmácias para a equidade e inovação em saúde, nomeadamente através dos ensaios clínicos. «Em Portugal, não conseguimos recrutar metade dos doentes previstos para ensaios clínicos. As farmácias podem ter um papel essencial tanto no screening inicial, como na monitorização ao longo dos ensaios clínicos», referiu.

Por fim, o médico João Braga Simões defendeu uma maior articulação entre os cuidados de saúde primários e as farmácias comunitárias, reiterando a importância de um «diálogo direto entre ambas» para obter melhores resultados em saúde.

No encerramento do congresso, a ANF foi premiada com o reconhecimento de “Melhor comunicação em todas as áreas temáticas", com o trabalho "Desenho e efetividade de uma intervenção colaborativa entre a medicina geral e familiar e o farmacêutico comunitário para a desprescrição de inibidores da bomba de protões, potencialmente inapropriados em adultos idosos residentes na comunidade", da autoria de Sónia Romano, António Teixeira Rodrigues, João Braga Simões, Luís Monteiro, Nuno Lunet e Julian Perelman.

No que toca às comunicações orais premiadas, destaca-se ainda o trabalho "Helicobacter pylori: programa colaborativo de rastreio oportunista na farmácia comunitária para prevenção do cancro gástrico", apresentado por Paula Teixeira.

Estes prémios reforçam o papel da farmácia comunitária como agente essencial na promoção da Saúde Pública e a importância da integração entre os profissionais de saúde.

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